Ano com eleições bastante imprevisíveis, o ambiente político bastante conturbado, inflação pressionando, sem falar que já estamos vindo de dois anos bastante complexos. Acredito que, mais do que nunca, o(a) investidor(a) deveria entrar neste ano com uma carteira bem diversificada, devido a todas essas incertezas que comentei.
Por exemplo, hoje temos diversas oportunidades em renda fixa, que se tornam ainda mais atrativas, visto que estamos num ciclo de alta das taxas de juros para conter essa alta da inflação. Então, títulos pós-fixados de curto ou médio prazo podem ser uma boa alternativa para deixar o capital a curto e médio prazo e evitar essa volatilidade inerente a um ano de eleição. Temos visto também oportunidades interessantes em títulos indexados de médio e longo prazo, onde na ponta mais longa temos retornos superiores a IPCA+5,5% a.a. E, como já demonstramos em publicações anteriores, é o juro real que faz o patrimônio do investidor crescer ao longo dos anos.
Seguindo no tema diversificação, algo que vem mudando e muitos investidores já têm feito é a questão da exposição a ativos internacionais. Aqui no Brasil é muito comum sofrermos de um viés comportamental conhecido como home bias, que nada mais é do que mantermos 100% dos nossos investimentos ligados ao nosso país e ao ambiente que conhecemos melhor. Mas não é interessante deixar parte dos seus investimentos descorrelacionados com a nossa economia e essas nossas jabuticabas políticas e econômicas? Ainda mais no mundo globalizado e conectado em que vivemos e com a facilidade que existe hoje para investir em ativos internacionais sem nem mesmo precisar abrir uma conta no exterior.
Trazendo uma curiosidade para vocês, sabiam que os investidores americanos fazem mais diversificação geográfica dos seus investimentos que nós aqui no Brasil, mesmo eles tendo acesso à maior e mais líquida bolsa de valores do mundo?
Outra classe de ativos importante na construção de um portfólio diversificado são os ativos ligados à geração de renda, tais como FIIs, fundos de debêntures e FIDCs. Se o objetivo do(a) investidor(a) for um dia viver de renda, é muito importante que ele(a) vá construindo ao longo dos anos um portfólio com esse tipo de ativo, pois esses ativos, como por exemplo os FIIs, pagam dividendos mensais. Assim, o(a) investidor(a) poderá ir reinvestindo esses dividendos ao longo dos meses e anos para criar o famoso efeito bola de neve. Outro ponto importante é que esses ativos costumam ter menos volatilidade que as ações.
E por último, mas não menos importante, para os(as) investidores(as) de perfis agressivos, são os investimentos em renda variável em empresas brasileiras, diretamente através da bolsa, investindo em empresas com bons fundamentos, ou mesmo através de ETFs, para buscar maior diversificação, ou de fundos de investimentos, que também trazem diversificação nas teses de investimentos, além de contar com gestores profissionais.
Acredito que o foco tem que estar na diversificação, não somente para um ano que pode ter muita volatilidade, como 2022, mas, pensando a longo prazo, faz bastante sentido manter investimentos em ativos descorrelacionados e que podem se valorizar a longo prazo.
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