Lembro que, em 2020, era comum dizer: “Não vejo a hora de acabar este ano, pra virar a página de uma vez”. Tínhamos a ilusão de que, junto com a virada do ano, novos ares chegariam e a vida de todos, enfim, ia ficar mais fácil.
Em 2020 a economia quase parou, devido à COVID, e a única solução que os Bancos Centrais do mundo todo tinham nas mãos, era fornecer incentivos para tentar reaquecer a economia. Pois bem, esses incentivos foram dados, e eles chegaram de fato nas mãos da população.
O medo era de uma deflação global, com uma estagnação da economia mundial. A melhor maneira de combater uma deflação é expandindo a economia, oferecendo uma estrutura de incentivos para que as pessoas possam consumir e, assim, fazer a roda da economia girar de maneira saudável novamente. Porém, com os incentivos financeiros sem precedentes que foram concedidos para tentar “ativar” a economia, somados à diminuição da oferta (pois as cadeias produtivas foram seriamente afetadas durante todos os “Lockdowns” que tivemos ao redor do mundo), o resultado foi que a inflação rapidamente começou a se mostrar mais elevada do que o esperado, e o que aconteceu foi uma subida desenfreada de preços nas principais economias do mundo.
Chegamos ao extremo oposto. Se em 2020 o medo era de deflação e estagnação econômica, o cenário em 2022 é de inflação sem controle no mundo todo. O caminho agora precisa ser o contrário, retirar incentivos econômicos para tentar “esfriar” a economia, reduzindo o consumo. Um remédio amargo, porém, necessário.
O aprendizado que fica qual é? Ninguém consegue prever os movimentos do mercado, nem mesmo os Bancos Centrais das principais economias do mundo.
Quem investe em ações (1 ação= um pedaço de uma empresa) precisa estar ciente que teremos momentos de altas e baixas ao longo do percurso, e os momentos de baixa sempre são acompanhados por queda nas cotações das ações. Não tem como escapar disso, é a lei do mercado. Se tem mais gente querendo vender do que comprar, o preço da ação vai cair. O mais importante é entender que, nesses momentos em que as cotações das ações despencam, existem excelentes oportunidades de investimento em empresas saudáveis, líderes de mercado e por um preço bastante convidativo.
De fato, é contraintuitivo. O mais natural é vendermos as ações quando elas estão caindo e comprarmos quando elas estão subindo, na expectativa de que, na alta, elas subirão pra sempre. E quando estão em queda, acreditamos que elas cairão pra sempre. Porém, na prática, não é isso que costuma ocorrer. Como vimos, o mercado se movimenta em ciclos, e o preço das ações segue essa mesma lógica. Agora fica mais fácil entender que uma boa empresa (líder de mercado, com dívida controlada, receita recorrente e crescente, margens saudáveis) vai passar por momentos de queda na cotação das suas ações, e isso acaba sendo uma boa oportunidade para adquirir mais ações dela, por um preço mais baixo (um bom negócio).
Existem algumas maneiras de investir em ações. Uma delas é você pessoalmente decidir de quais empresas comprar, que quantidade de ações comprar de cada uma, e decidir também o melhor momento de vender as ações, caso seja necessário. Pra isso, é importante entender o negócio das empresas, fazer uma análise criteriosa e entender quais são os diferenciais de cada empresa em que você investe.
Outra maneira de investir em ações é através de Fundos de Ações. Nesse caso, o investidor delega as decisões para um Gestor profissional, que faz a seleção das ações investidas, decide o tamanho de cada posição no Fundo e escolhe o melhor momento de vender cada ação. Cada investidor(a) vai se adaptar a um tipo de investimento, e tem aquele(a) que vai investir nas duas formas ao mesmo tempo.
E você, de qual maneira investe em ações?
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