Esqueça o CDI, foque nos seus objetivos!

Enxergar cada investimento de forma isolada, como se fosse um produto independente, é uma abordagem limitada — e muitas vezes equivocada. O verdadeiro sucesso está em construir um portfólio que esteja alinhado com seus sonhos e projetos de vida. Investir vai muito além de escolher produtos: é um serviço que só faz sentido quando contribui de forma estratégica para seus objetivos, sejam eles de curto, médio ou longo prazo. Todos desejam altos retornos, mas é essencial refletir sobre os riscos e custos que vêm junto com eles.

Um dos custos envolvidos é a falta de recursos disponíveis no momento em que são necessários, ou seja, a liquidez inadequada para o fluxo de caixa. Além disso, o risco também representa um custo importante. Quando esse risco se concretiza, significa que o retorno do investimento ficou abaixo do esperado, podendo até ser negativo, o que impede a realização de compras, contratações ou o pagamento de dívidas planejadas. Por isso, é um equívoco enxergar o investimento apenas como um produto, sem considerar esses custos e riscos envolvidos.

Ao longo da vida, adquirimos diversas competências e habilidades, buscando equilibrá-las para alcançar múltiplos objetivos — desde o trabalho e a formação técnica até o bem-estar da família. Da mesma forma, os investimentos também precisam atender a diferentes metas, e isso não pode ser feito com um único ativo, mas sim por meio de uma combinação diversificada.

Um portfólio eficiente é aquele que apresenta um perfil de retorno, risco e liquidez compatível com suas necessidades, garantindo tranquilidade e bem-estar tanto no presente quanto no futuro. Dois bons exemplos de objetivos de investimento são a reserva de emergência e os planos de viagem internacional. A reserva de emergência serve para garantir segurança em situações inesperadas, como desemprego, despesas altas, ou alguma outra oportunidade de investimento. Esse dinheiro não deve ser perdido, apenas preservado da inflação, ou seja, seu objetivo não é obter retorno, mas manter seu valor ao longo do tempo. Se você concorda comigo, uma parte do seu portfólio deve estar dedicada a esse objetivo, independentemente de render mais ou menos que o CDI.

As viagens ao exterior são um ótimo exemplo de que o mais importante é ter um objetivo claro. Imagine que você quer juntar dinheiro por três anos para fazer uma viagem à Europa. Nesse período, você faz 36 depósitos mensais, pensando em ter o suficiente para aproveitar as férias com a família sem se preocupar com dificuldades financeiras. O melhor é comprar euros aos poucos, todo mês, para evitar ser pego de surpresa por uma desvalorização do real. O importante é garantir que sua reserva em euros cubra os custos da viagem, independentemente de o euro valorizar ou desvalorizar. O segredo é alinhar seus ativos aos seus objetivos, assim você se prepara melhor para realizar seus sonhos.

Planejar seus investimentos com base nos seus objetivos significa montar uma carteira de investimentos que ajude você a alcançar suas metas de vida e entender melhor o que o retorno e o risco realmente significam para você.

Até breve!