Investimentos: O que é bom para um pode não ser para outro
- Ímpar Inteligência em Investimento
- 5 days ago
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Quando se trata de investimentos, é comum ouvir a expressão "não existe investimento bom ou ruim". Essa afirmação reflete uma verdade fundamental: a qualidade de um investimento é altamente subjetiva e depende, em grande parte, dos objetivos e restrições de cada investidor(a). O que pode ser considerado um bom investimento para uma pessoa pode não ser adequado para outra, devido a fatores como perfil de risco, horizonte de tempo, liquidez necessária e objetivos financeiros específicos.
A teoria de finanças, por exemplo, é um amplo e emaranhado arcabouço com vários temas cruzados, o que torna a tarefa de priorização bem difícil. Uma frase que sempre me guia nesses momentos é: “o ótimo é inimigo do bom”.
Um dos assuntos com que costumo gastar um pouco mais de tempo com os clientes é o custo de oportunidade. O conceito é simples, mas é muito poderoso. Na primeira conversa que tenho sobre o assunto, alguns parecem entender e, por isso, já seria possível passar adiante, mas com um pouco mais de conversa e provocação é possível perceber que, quando se colocam para pensar em suas decisões de vida, as pessoas compreendem que nem tudo que é trivial merece pouca atenção.
Vou usar um exemplo pra explicar um pouco mais sobre o custo de oportunidade. Imagine que você está pensando em tirar uma semana de férias e já tomou sua primeira decisão, que é ir para uma praia.
Agora precisa escolher entre duas alternativas, Búzios, no Rio de Janeiro ou Ilhabela, em São Paulo. Considerando que no verão você só tenha essa semana de férias, que os destinos sejam distantes e que seus recursos lhe obriguem a decidir por uma ou outra, podemos dizer que o custo de oportunidade para passar uma semana em Búzios te levaria a deixar de aproveitar Ilhabela, e o contrário é verdade também.
O custo de oportunidade é o custo que incorremos ao renunciar a uma alternativa posta à mesa. Pela perspectiva da decisão, ele é considerado como custo devido ao trade-off e ao natural desconforto causado, não só por abandonar algo desejado, mas pelo medo de arrependimento que podemos ter após a decisão escolhida.
Custos de oportunidades estão no dia a dia, todos os dias. Quando um(a) investidor(a) está diante de duas ofertas, digamos um CDB remunerado a 110% do CDI contra um fundo de ações, ele(a) está diante de uma troca entre o baixo risco sem charme e a possibilidade atraente de ganhar um bom dinheiro, mas que também pode resultar em um prejuízo bem desagradável.
Segundo os princípios das finanças tradicionais, somos racionais e temos condições de avaliar todas as informações disponíveis em relação a ganhos e perdas e classificá-las em ordem de preferência. Nesse sentido, todos somos capazes de selecionar um investimento, ou qualquer outra coisa, com consciência e propriedade. Mas na realidade não é bem assim que nos comportamos. A razão convive com vieses cognitivos e emoções, e as decisões sempre são um misto daquilo que sobressaiu no momento.
Em resumo, é essencial que cada investidor(a) faça uma análise cuidadosa e busque a orientação de um(a) profissional para alinhar suas escolhas de investimento com suas metas financeiras e perfil de risco. Uma coisa interessante sobre o arrependimento é: quando o futuro chegar, se por acaso você perceber que o custo de oportunidade foi maior que o ganho da sua escolha, não sofra muito. Pense que você investiu seu tempo recolhendo informações, analisando e estudando e tomou a melhor decisão com o que tinha no momento. Assim, cada um pode encontrar o caminho mais adequado para alcançar seus objetivos financeiros.
Até breve!

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