Nassim Nicholas Taleb, renomado autor e estatístico, provocou reflexões profundas em seu trabalho, incluindo a intrigante afirmação de que "o entendimento é um substituto ruim para a convexidade". Essa assertiva complexa, presente em suas obras, como "Antifrágil" e "A Lógica do Cisne Negro", destaca a importância da convexidade como um conceito superior em comparação com a busca por um entendimento completo em certos domínios da vida.
No contexto de Taleb, a convexidade refere-se à ideia de que a resiliência e a capacidade de se beneficiar com o caos, em oposição à fragilidade, são mais valiosas do que o mero entendimento teórico. Para ele, a convexidade está intrinsecamente ligada à antifragilidade, conceito que ele explora extensivamente em sua obra. Ser antifrágil significa prosperar em ambientes imprevisíveis, onde a volatilidade é uma constante, enquanto a compreensão pura pode ser inadequada e, em muitos casos, insuficiente.
Pensar na frase do autor, em relação a investimentos, nos leva a uma perspectiva interessante sobre como abordar o mercado financeiro.
Imagine que você está tentando entender completamente o mercado de ações, com todas as variáveis e fatores que podem influenciá-lo, seria como tentar prever o clima com precisão todos os dias.
O que Taleb sugere é que, em vez de se esforçar para entender todos os detalhes e prever exatamente como o mercado se comportará, é mais eficaz construir uma estratégia de investimento que seja resiliente e que possa se beneficiar das incertezas e volatilidades do mercado, ou seja, incorporar a convexidade.
Assim como em um jogo de xadrez, em que você não pode prever todos os movimentos do seu oponente, o mercado financeiro é complexo e sujeito a mudanças inesperadas. Em vez de depender exclusivamente do entendimento total do mercado, é mais sábio criar uma carteira de investimentos diversificada, que possa se adaptar a diferentes cenários e até mesmo prosperar em condições imprevisíveis.
A convexidade nos investimentos sugere buscar ativos e estratégias que não apenas resistam a eventos inesperados, mas que se beneficiem deles. Por exemplo, investir em ativos considerados "antifrágeis", que ganham força em momentos de crise, em vez de apenas tentar evitar o risco.
Em resumo, a abordagem de Taleb aos investimentos nos convida a aceitar a imprevisibilidade do mercado e construir uma estratégia que não dependa apenas do entendimento total, mas que seja flexível e antifrágil, capaz de se beneficiar de situações inesperadas e, ao mesmo tempo, proteger o patrimônio diante de riscos conhecidos.
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