Quem mora ou já morou em uma grande cidade sabe exatamente o transtorno que o trânsito pode causar. São comuns também aqueles congestionamentos nas estradas em feriados prolongados ou fim de ano. Várias pistas e todas completamente paradas. É muito frequente que o(a) motorista tenha a sensação de que as outras pistas estão andando mais rápido que a sua, e muitas vezes caia na tentação de trocar de pista, acreditando que a nova faixa fluirá com mais velocidade. Acontece que, na maioria das vezes, as faixas fluem em uma velocidade muito parecida umas com as outras. Então, se a sua pista andou um pouco menos nos últimos metros, é provável que em breve será ela que fluirá com mais velocidade, por isso não seria uma boa ideia sair dela nesse momento.
Ficar tentando trocar de faixa o tempo todo, tentando encontrar o "melhor momento" acaba sendo uma tarefa muito difícil, que, além de desgastar o(a) motorista com um estresse psicológico muito grande, pode trazer resultados piores do que se o(a) motorista não trocasse nenhuma vez de faixa ao longo do percurso.
É muito comum ouvir dos investidores: "Essa aplicação não foi bem este ano, vamos trocar". Nesses momentos percebo como a questão do trânsito que comentei é parecida com a situação dos investimentos.
Muitas aplicações têm como característica a volatilidade, ou seja, o famoso “sobe e desce” na rentabilidade. Por incrível que pareça, muitas aplicações de Renda Fixa também possuem essa característica de variar o resultado ao longo de cada mês. Se as aplicações têm uma certa volatilidade ao longo do tempo, não faz sentido trocar de investimento apenas pelo fato de ele ter conseguido um rendimento abaixo do esperado nos últimos meses. Existe uma grande possibilidade de que os melhores resultados do próximo ano sejam exatamente os investimentos que não foram tão bem no ano atual.
A economia se movimenta em ciclos, por isso o tipo de investimento que foi bem neste ano muito provavelmente não será o campeão no ano que vem, e quando olhamos historicamente, conseguimos perceber de maneira clara que é assim que as coisas acontecem.
A situação ideal é montar uma carteira de investimentos com uma visão global, pensando em todos os tipos de investimentos e definindo um peso para cada um deles. As mudanças deverão acontecer (na maioria das vezes) para reorganizar os pesos de cada tipo de investimento, e não porque uma aplicação específica não foi tão bem.
Para ter essa visão completa da carteira, converse sempre com seu assessor ou a sua assessora de investimentos, eles são as pessoas certas para te ajudar nessas questões.
Bons investimentos.
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