É comum observar momentos em que as pessoas estão mais otimistas com a economia do país. Normalmente a inflação está controlada, e o desemprego segue uma trajetória de queda, onde cada vez mais pessoas estão empregadas. Por que (e como) o “ciclo” da economia vira, e as coisas mudam para o cenário oposto? O que gera uma recessão econômica em um país?
Nesses momentos de otimismo, com inflação controlada, o Banco Central, que tem como principal responsabilidade manter o poder de compra da moeda, tem todos os subsídios para baixar a taxa de juros do país, a famosa Taxa Selic aqui no Brasil. E isso é muito positivo para a economia, pois com a Taxa Selic mais baixa, os financiamentos para pessoas físicas e empresas ficam com taxas de juros mais baixas, o que facilita o acesso ao dinheiro para toda a população. Com acesso a financiamentos mais baratos, é de se esperar que as empresas aumentem suas unidades e invistam em novas tecnologias, o que resulta na geração de novos empregos. Essa geração de empregos relativamente rápida vai ocasionar um aumento da renda disponível para a população, sem que necessariamente tenha havido um crescimento na produção do país, já que as empresas investem hoje em novas unidades e novas tecnologias, para gerarem uma produção maior apenas no futuro.
Com mais renda disponível sem necessariamente um aumento na produção do país, o que pode acontecer é o crescimento generalizado dos preços, a famosa INFLAÇÃO. Sabe por que isso acontece?
Vamos imaginar uma situação hipotética: a economia de uma ilha que produz apenas arroz. Toda a população dessa ilha consome apenas arroz, pagando R$10/kg por toda a produção mensal da ilha. Se a renda das pessoas que moram na ilha dobrar de uma hora para outra, sem que haja nenhum aumento na produção de arroz, a tendência é que o quilo do arroz passe a ser negociado a preços bem superiores aos R$10 iniciais, pois teremos o dobro de dinheiro disponível para consumir a mesma quantidade de arroz. Ou seja, o aumento da disponibilidade financeira, sem que haja um aumento proporcional da produção, deve gerar inflação.
Quando a inflação começa a subir além das metas estabelecidas, o Banco Central precisa agir, e a principal ferramenta utilizada para controlar a inflação é subir a taxa de juros, a nossa Taxa Selic. Agora o movimento é o oposto daquele que descrevemos no momento de otimismo. Os financiamentos para pessoas físicas e empresas ficam mais caros. O pessimismo é o sentimento principal das pessoas, a população diminui o consumo pois está com menos dinheiro disponível.
As empresas vendem menos produtos/serviços e começam a demitir funcionários para reduzir custos e adequar a sua folha de pagamento à nova situação da economia. O desemprego aumenta e, em muitos casos, o país entra em uma recessão.
Porém, essa situação não dura para sempre, pois com a redução do consumo de maneira generalizada, a tendência é que a inflação gradativamente diminua, até chegar de volta dentro das metas estabelecidas pelo Governo. Quando a inflação estiver de fato controlada, o Banco Central pode enfim reduzir a Taxa Selic, o ciclo da economia volta a girar com o aumento dos empregos, e o otimismo em relação à economia volta a ser o sentimento predominante entre os empresários e a população em geral.
Por isso a gente chama de “ciclo econômico”, pois temos uma alternância entre momentos de alta e de baixa. Entender em que momento do ciclo econômico nós estamos é fundamental para a escolha dos seus investimentos.
Conte com a Ímpar!
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