
É comum encontrar investidores com interesse em geração de renda passiva através dos investimentos. É sempre muito gratificante olhar “valores” entrando na conta, sem nenhuma atitude de nossa parte. Chamamos de renda passiva porque o(a) investidor(a) não precisa fazer nada, apenas aguardar o dinheiro entrar na conta. De fato, além de gratificante, é muito glamuroso receber dividendos, proventos ou até juros das aplicações que possuímos. Mas será que essa estratégia de geração de renda passiva é para TODOS os investidores?
Existem diversas aplicações com a característica de geração de renda passiva. Fundos Imobiliários e ações pagadoras de dividendos são dois exemplos muito conhecidos dentro do universo de “Renda Variável”. No mundo da “Renda Fixa” existem alguns Títulos do Tesouro, que têm o pagamento de “juros semestrais”, e na prática funcionam como renda passiva. Hoje em dia existem CDBs e outros títulos de renda fixa que oferecem essa opção de pagamento periódico de renda em conta (apesar de serem poucas as opções disponíveis).
Será que a estratégia de geração de renda passiva é mais vitoriosa do que outras estratégias de investimentos? O(a) investidor(a) que consegue gerar renda passiva com suas aplicações necessariamente vai conseguir um resultado melhor do que outros tipos de aplicação?
A verdade é que a estratégia de geração de renda passiva não tem a pretensão de alcançar um resultado superior a outras estratégias. Essa estratégia visa suprir a necessidade de um investidor ou investidora que utiliza uma parte da rentabilidade dos seus investimentos para cobrir um pedaço dos seus custos mensais. De fato, muitos investidores com mais experiência possuem diversos investimentos geradores de renda (Fundos Imobiliários e Ações pagadoras de dividendos) e não utilizam essa renda para cobrir custos, mas sim para “comprar” mais investimentos.
Porém, vale lembrar que esse tipo de aplicação, por se tratar de “Renda Variável”, não é indicada para todo tipo de investidor. Apenas aos investidores arrojados, que aceitam ver o seu patrimônio diminuindo de tamanho em muitos momentos (às vezes por longos períodos) e nem por isso pensam em resgatar tudo.
Se você utiliza parte dos seus investimentos para cobrir custos fixos do seu dia a dia, então seria interessante investir em algumas aplicações que ofereçam a geração de renda periódica, respeitando em primeiro lugar o seu “Perfil de Investidor(a)”. Mas se você não pretende utilizar o seu patrimônio para cobrir custos no curto prazo, a sua carteira de investimentos não precisa necessariamente de aplicações com essa característica.
Em muitos casos, como na maioria das aplicações de Renda Fixa, essa geração de renda periódica acarretará uma cobrança de Imposto de Renda sobre o lucro, e a cobrança de IR na Renda Fixa é regressiva, então faz mais sentido manter o dinheiro na aplicação por mais tempo, para pagar uma alíquota de IR mais baixa lá na frente.
Se você não é um(a) investidor(a) acostumado(a) a comprar ações ou outros ativos de renda variável, se não possui experiência com esse tipo de aplicação, então entrar no mundo da renda variável com a única intenção de gerar renda passiva com os investimentos definitivamente não é um bom caminho. As aplicações em renda variável possuem características completamente diferentes da Renda Fixa, oferecem um risco muito maior e uma necessidade de conhecimento muito mais aprofundado, além de exigir um acompanhamento constante para entender se há necessidade de alguma mudança.
Em suma, não existe “A” melhor estratégia nem a mais vitoriosa. O que existe são estratégias variadas que são mais indicadas para cada tipo de “Perfil”. O seu assessor ou assessora de investimentos é a pessoa ideal para identificar o seu perfil e sugerir as aplicações mais condizentes com as suas características.
Bons investimentos!

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